Teste Asics Foot ID

Quem anda neste mundo da corrida há algum tempo, já deverá ter ouvido falar que existe mais do que um tipo de passada. A mim sempre me disseram que o meu tipo de passada era pronador mas a verdade é que até hoje nunca tinha feito um teste que me mostrasse que isso era efetivamente verdade. Na última segunda feira, a convite da loja Asics do Colombo (Lisboa), fui fazer o teste Asics Foot ID e muitas das minhas dúvidas foram desmitificadas.


O teste foca-se em duas fases: um exame estático e outro dinâmico. No exame estático é avaliada a estrutura do pé com as seguintes métricas: comprimento, perímetro, largura do calcanhar, altura do peito do pé, altura do arco, ângulo do calcanhar e ângulo dos dedos. O exame é feito através da colocação do pé numa caixa que contém scanners laser e câmaras, que fazem o desenho do pé em 3D. Para auxiliar os lasers, são colocados pequenos pontos nos pés, como podem ver na fotografia.


Este teste teve resultados interessantes: o meu pé direito é meio centímetro maior que o esquerdo mas este é 15mm mais largo que o direito. Outro apontamento interessante, que até é visível a olho nu, é altura do arco: o pé direito é praticamente raso e o esquerdo o arco já é um pouco mais alto. O ângulo do meu calcanhar também é bastante mais pronunciado no pé direito que no esquerdo. Isto são tudo dados que demonstram o quão desequilibrada é a estrutura dos meus pés.


O exame dinâmico é feito numa passadeira que tem uma pequena câmara que filma apenas a zona dos nossos pés (irão poder perceber isso no vídeo e fotos mais em baixo). Para fazer este teste, usei uns ténis que favorecem a passada natural e que são próprios para fazer este teste. Contêm também dois pontinhos vermelhos que servem para auxiliar o software que analisa o tipo de passada. O sistema avalia assim o ângulo da sapatilha/calcanhar na fase plana do pé do ciclo da passada, a frequência do passo e comprimento do passo, o contacto inicial com o chão na fase do embate e ainda a orientação do pé na fase plana do pé no ciclo da passada.

O primeiro teste foi feito a 10km/h, ou seja, 6'00''/km. Neste teste foi onde os resultados foram mais inclinados para a pronação. Tanto o pé direito como esquerdo deram um grau de pronação considerável, demonstrando também que o pé assenta no chão numa fase inicial com a lateral do calcanhar e a direção dos dedos é para fora, sendo estas últimas duas características comuns a todos os testes que fiz. Revelaram ainda outros resultados interessantes, como o facto de a esta velocidade o meu número de passos por minuto é de 169 e o comprimento é de 98.9cm. A relação entre o comprimento do passo e altura foi apenas de 58.5%.


Os resultados com uma velocidade maior são bastante interessantes. Aumentando a velocidade para 12km/h (5'00''/km), a pronação passou para um grau desconsiderável (longe do neutro mesmo assim), pronunciando-se mais no pé direito. A frequência de passos aumentou para 177 (resultado normal pois a velocidade aumentou), sendo que o comprimento da passada passou para 113.1cm. A relação comprimento do passo/altura aumentou para 65.7%.

Aumentando ainda mais a velocidade, 15km/h (4'00''/km), o nível manteve-se num grau desconsiderável, sendo que o meu o pé direito alinhou com esquerdo, ficando assim ao mesmo nível na pronação. A frequência de passos aumentou para 184 passos por minuto, o comprimento para 135.6cm e a relação comprimento/altura para 78.8%.

Estes dados demonstram perfeitamente que o meu corpo está perfeitamente adaptado a treinar a ritmos maiores, sendo assim quase prejudicial correr a ritmos menores pois a eficácia da minha passada é prejudicada, tal como o meu corpo tem um desempenho bastante inferior. E verdade seja dita, acreditem ou não, eu se correr para cima de 5'00''/km tenho mais dores musculares do que a ritmos mais fortes. 

O último teste, foi feito calçando o modelo Asics GT 2000 que tem controlo de pronação. Pelo vídeo que podem ver em baixo, mostra que a minha passada, embora não se torne perfeita, fica bastante menos deficiente tendo ângulos de inclinição do calcanhar menos pronunciados do que com o calçado do teste. Podem ver no vídeo em baixo os diversos testes, tal como a comparação da passada com e sem os GT 2000.


Resta-me agradecer à Asics Colombo pela oportunidade de fazer este teste e por todo o tempo disponibilizado, explicando o funcionamento detalhadamente de todos os procedimentos que estávamos a efetuar. Foi uma experiência bastante enriquecedora quer a nível de conhecimento do meu corpo, quer da ciência por trás da escolha dos ténis apropriados para cada pessoa. Tive ainda oportunidade para ver o Asics Running Lab que leva a análise do nosso corpo a outro nível. Espero ter oportunidade de o experimentar!

Asics
novembro 13, 2016
8

Comentários

  1. Mas no meio de isto tudo, os Noosa têm controlo de pronação mas os Pegasus não, asim como as Gilde.

    Como te entendes com isso? Palmilhas ou nem por isso?

    Ando para fazer esse teste mas é sempre depois...é que se nunca me dei mal com os GT a verdade é que nos ultimos anos ando afastado da gama e sinceramente só quando me refugiei numa gama neutra (Adidas Glide) é que as coisas estão a correr bem: os Mizuno inspire davam-me dores nos joelhos ao fim de 10 km, os kayanos são uns sofás mas fica lá a moinha e até uns nike lunarglide me davam umas dorzinhas...

    Resumindo, abandonei a ideia do controlo por causa de não ser uma pena (até sou, mas daquelas...pesadas) e passei a sapatilhas para "neutros" e estou a dar-me bem mas fico sempre surpreendido com estas miscelânias que muita gente consegue fazer e ainda bem.

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Desculpa a demora na resposta!

      Os poucos modelos neutros que uso são quase escolhidos a dedo. Existem modelos neutros que basta dar algumas passadas com eles e percebo logo que não me dão apoio suficiente. Os modelos neutros que usei até agora foram os Glide e os Pegasus. Tenho-me dado bem, mas será que estou a fazer bem ao corpo? Sinceramente não sei...

      A verdade é que me dou mesmo bem com a gama DS da Asics, que tem controlo de pronação mas sem ser agressivo. Mas mesmo assim, quando voltar a precisar, vou tentar comprar uns GT da Asics para perceber se me dou bem com eles.

      Um abraço

      Eliminar
  2. Resultado do teste... tens de correr depressa, senão faz-te mal à saúde! eheheh
    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Boa tarde.
    Poderá facultar os contactos para eu poder realizar o mesmo teste?

    Agradecido.
    Miguel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa tarde,

      Contacte a loja pelo mail lisboncolombo.store@asics.com ou o número de telefone 21 716 20 98. É só agendar!

      Cumprimentos,

      Vitor Oliveira

      Eliminar
    2. Obrigado pela resposta.

      O valor fica em quanto (poderá dizer)? Será que fazem na loja Asics no forum de Portimão?

      Obrigado desde já

      Eliminar
    3. O teste tem o custo de 19€ mas passa para 0€ se comprar um par de ténis na loja.

      Segundo a página de facebook da Asics Portimão, fazem lá o teste ;)

      https://www.facebook.com/asicsportimao/

      Eliminar

Enviar um comentário

Search

Popular Posts

Olá Garmin Connect!

Num dos meus últimos artigos, referi que estava a ponderar deixar de usar o Str…

Análise Nike Pegasus 39

Eu tenho uma opinião muito própria sobre o calçado da Nike. Essa opinião foi fo…

Análise Kiprun KS900

Esta época faz 10 anos que comecei a levar esta coisa da corrida um pouco mais …

Análise Puma Deviate NITRO 2

Começo por fazer uma declaração de interesses. Não, não pensem já que isto foi …

Análise Kiprun KS900 Light

Existem modelos que nos caem no goto. Durante anos a fio, para treinar fui um a…

Contact Me