As minhas duas últimas provas pelo Vitória Futebol Clube

Olá! Lembram-se de mim? O meu último post foi a 13 de Julho. Nem me apetece fazer as contas. Vá, foram quase 4 meses escrever nada. Sem pôr quase nada nas redes sociais. Sem fazer nenhum vídeo. Precisei de uma pausa. E honestamente, ainda estou muito reticente em voltar a ser ativo neste mundo. Não que não tenha saudades dele, simplesmente pude dedicar tempo a outras coisas na minha vida. Tive também alguns problemas a nível pessoal, e não me sentia minimamente motivado a vir aqui pôr coisas e tentar transpareceram um sentimento diferente daquele que me ia na cabeça. Deixo esse papel, para os influencers (para mim criadores de conteúdo são coisas diferentes). 

Tirando duas semanas em Julho em que praticamente não treinei por estar de férias (acreditam que tenho filmagens dessa altura e ainda não me apeteceu fazer nenhum vídeo?), estive sempre a treinar. Recomecei os treinos em Agosto, e felizmente tenho estado em crescendo de forma até aos dias de hoje. Pelo meio fiz duas provas. Uma delas que encarei mais como uma brincadeira pois não tenho experiência naquele mundo, e outra que foi como um regresso oficial às provas depois da minha última prova em Fevereiro de 2020. Sim, prefiro esquecer-me que fiz o MultiSport Weekend Coimbra 2021.

7ª Edição “Noites Quentes do Restelo”

Uma prova de 3.000 metros. Depois de um dia de trabalho. Experiência quase zero em provas de pista. Ainda praticamente sem estar em forma. Que é que tem para correr mal? No entanto lá me apresentei na linha de partida da penúltima série (olhando para trás, tenho a certeza que o meu tempo tinha sido bem diferente se tivesse ido na última série, a mais forte). Mal deu o tiro de partida, tentei ir para a frente. Não conhecia praticamente ninguém da série e não sabia o que esperar. 


É incrível o que 3.000 metros e menos de 10 minutos de corrida dão para fazer. Ora esticas o andamento, ora te ultrapassam, ora te consegues aproximar do "gajo" da frente, ora simplesmente pensas que não tens andamento para aqueles gajos de pista. Rapidamente depois de andar na frente comecei a ficar ligeiramente para trás. Acabei num grupinho bem atrás daquele que viria a ser o vencedor da série. Esse grupo partiu-se, segui em segundo algum tempo na frente do grupo, fui ultrapassado, voltei a puxar, e nas últimas duas voltas comecei a perceber que o meu destino estava selado. Seguia sozinho em terceiro lugar, quase sem ter grande razão para puxar muito e sem ter ninguém para o "despique". Puxei o que a minha cabeça deixou na última volta, e passei a linha de meta sem praticamente me ter sentido desgastado.

Terminei em 12º da geral com o tempo oficial de 9m46s. Não tinha dito ao meu treinador que ia fazer esta prova, e até tinha treinado naquela manhã. Disse-lhe para não se preocupar, que nem me tinha sentido desgastado no final daquilo. Ele respondeu-me: "com essa merda de tempo, é bom que não tenhas ficado desgastado".  É preciso dizer mais alguma coisa?


Grande Prémio do Vale Grande 2021

O Rui Martins convidou-me, e eu não pude dizer que não. A Associação Vale Grande foi a minha casa durante muitos anos e passei muito com o símbolo do Vale Grande ao peito. Portanto foi um prazer voltar às provas nas ruas do Vale Grande, e sofrer pela primeira vez nas pernas o percurso completamente diferente do normal que esta prova é. O carinho que senti também pelas pessoas do Vale Grande ficou para sempre impresso no dorsal que me deram: o dorsal número 1! Não tenho palavras para agradecer tamanho gesto!

Antes de ir para a linha de partida, começo a perceber que aquela prova não iriam ser favas contadas. Apareceram bons atletas, e honestamente todos de nível semelhante. Uma coisa era certa, apesar de me faltar ritmo competitivo, nesta prova não me iria faltar companhia! Mas mal sabia o que me esperava.

A prova arrancou e rapidamente se formou um grupo que iria ser o top 5 da geral. A uma velocidade controlada, seguimos pelas subidas e descidas dos primeiros 2km de prova. A partir dai foi entrar num ritmo sempre entre os 3:00/km e os 3:15/km tal era a inclinação negativa. Foi assim até aos 5kms de prova. Durante esse período, fomos trocando algumas vezes de posições, quase que indo puxando à vez o grupo. Mas ao fim dessa loucura, a prova para mim mudou completamente.

Mal a primeira subida começou, percebi que ainda não estava no ritmo competitivo do resto do grupo. Fiquei para trás. 50 metros. 100 metros. 200 metros. Nunca passou disso. Nunca os perdi de vista. Mas nunca mais senti que estava ao nível deles. Aos 6.2km com nova descida, ganhei algum folgo mas o Grande Prémio do Vale Grande iria começar 1km depois. 

Que pu*a de subida. Desde os 7.2km até aos 10km, sempre, sempre a subir. Mas felizmente nunca desisti. Seguia isolado em 5º, com o restante grupo sempre no meu campo de visão. Grupo entre aspas, pois até esse já estava partido. Quando chegámos a pouco mais de 1km do final, percebi que ainda podia recuperar pelo menos um lugar. Percebi que o  Tiago Godinho (Caracol Apressado) seguia em queda, e foi preciso apenas puxar durante umas centenas de metro para o ultrapassar naturalmente. Acreditem, senti-me quase "mal" por o fazer e pedi desculpa ao Tiago no final, pois ele fez uma excelente prova, quase sempre na frente. E acredito piamente que com mais 200 metros tinha conseguido o terceiro lugar, ou não tivesse ficado meramente a 3 segundos do Tiago Graça.


Passei a linha de meta naturalmente em 4º da geral, como tempo de 35m38s. Fiquei a 38 segundos do primeiro lugar, o que exemplifica bem o quão é lixado fazer bons tempos neste percurso. Mas acreditem, fiquei bastante contente com a minha prestação, e a prova serviu o propósito: voltar a ganhar ritmo competitivo. 


E agora sim, agarrando no título deste artigo, estas foram as minhas últimas provas pelo Vitória. À data a que escrevo este artigo, no dia seguinte irei aos 10kms dos 20kms de Almeirim. Mas irei disputar a prova como individual pois oficialmente já foi feita a transferência para o meu novo clube. Mas isso, fica para depois. Resta-me agradecer à equipa do Vitória por tudo durante estes dois malfadados anos. Podia ter sido uma história muito diferente, mas infelizmente acho que o número de provas que fiz pelo Setúbal se ficou pela meia-dúzia. Por isso resta-me dizer: obrigado Vitória! Para o caralho Covid!

Grande Prémio Vale Grande
outubro 30, 2021
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