Uma aventura com os Adidas Adizero Boston 10

Chamem-me forreta, somítico, mesquinho ou sovina. Se há coisa que eu coisa que eu faço é estudar e pesquisar (até demais) onde e no que gasto o meu dinheiro. E este princípio aplica-se a qualquer coisa que compro também para correr. Mas nem sempre se pode acertar. Este foi um desses casos.

Estamos numa época propícia a apanhar bons preços no que toca a material de corrida. Se antes por esta altura era fácil apanhar modelos de topo por 60/70€, desde 2020 que os preços dispararam nos ténis de corrida, e é preciso rezar a um santo qualquer para apanhar algo abaixo dos 3 dígitos. E foi numa dessas rezas que encontrei os Boston 10 a um preço convidativo. Pesquisa por reviews, nada de alarmante, bastante positivas no geral. Nunca tinha corrido com os Boston, e tendo em conta que sou fã das solas Continental da Adidas, pareceram-me uma excelente compra para enfrentar a temporada de treinos com tempo mais molhado.


Tiro ao lado. Primeiras impressões foram excelentes. Tirei-os da caixa e transmitiram imediatamente a normal excelente qualidade de construção da Adidas. Calcei-os e pareceram umas autênticas meias. Sol de pouca dura. Comecei a correr e apareceram-me logo bastante duros. E o pior ainda foi uma sensação bastante desagradável que estava a sentir no arco do pé direito. Corri meia hora com eles, e quando cheguei a casa vejo com surpresa que tinha feito uma bolha. Meus amigos, eu há anos que não faço bolhas. E já nem sei quantas dezenas de pares de ténis tive. Nem sei que vos diga.

Fiz mais dois treinos com eles (cerca de 15km cada) e fartei-me. Ativei a opção para os devolver. Mas como a vida é feita de coincidências, nesse dia falei com duas pessoas que me disseram que após cerca de 50kms os Energy Pods começavam a dar o ar da sua graça e o amortecimento e responsividade aumentavam. Então cancelei a devolução e dei mais uma hipótese.


Acabei ao todo por os ter usado em 7 treinos, num total de mais de 100km. As sensações acabaram por nunca mudar. Sempre que os calçava senti-a que estava a usar um modelo de excelente qualidade (e com o melhor design que consegui comprar nuns ténis em promoção nos últimos anos), mas mal começava a correr com eles senti-a que eram dos piores ténis que eu usei na vida. Sentia-me desconfortável e não sentia nem de perto nem de longe o amortecimento que estes Boston prometiam. Portanto a conclusão é óbvia. Já seguiram o caminho inverso de onde vieram.

Não vou bater mais no ceguinho. Acho que já perceberam o meu ponto de vista. O mais incrível é que as reações que tive a este vídeo foram das mais dispares relativamente a um modelo de ténis para treinar. Pessoas que adoram, pessoas que detestam, pessoas que tiveram exatamente o mesmo problema com bolhas. E acho que esta minha aventura com estes Boston só vem comprovar aquilo que defendo desde há muito. Cada um pode dizer que adora a marca e modelo X, Y ou Z, e que são a melhor do mundo. Mas no fundo este é um tema que depende de pessoa para pessoa, de cada pé (e não esquecer que na mesma pessoa até o formato de cada pé é diferente) e até da postura e constituição fisíca. Portanto, aqui fica o meu disclaimer. Adoro a Adidas e a sua qualidade de construção, mas ainda tenho que encontrar o modelo com que eu me realmente me sinta bem. 

Num jeito de conclusão filosófica: deixem-se de novelas nas redes sociais sobre as marcas X ou Y serem as melhores do mundo. Este é um tema que é e sempre será essencialmente pessoal. Não se deixem influenciar e corram com aquilo que se sentem bem e não porque este ou o outro aconselharam. Sejam felizes a correr fazendo as vossas próprias escolhas pessoais.

PS: Depois deste último parágrafo acho que vou para um retiro Budista.


 


adidas
agosto 21, 2022
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