Menos de 24 horas depois do corta-mato mais duro que alguma vez fiz, foi tempo de seguir para as Lezírias para tentar defender o meu 2º lugar do ano anterior. Sabia que ia ser difícil, tinha a certeza que o corpo se ia ressentir mas acima de tudo a vontade de ajudar a minha equipa a alcançar um bom resultado era bem maior.
Vamos lá fazer um reality check: é óbvio que eu não pensei nesta prova para defender o meu 2º lugar. Quando acabei a prova no sábado mal conseguia andar direito. O objetivo real sempre passou por ajudar a minha equipa a conseguir uma boa pontuação mas sempre encarando a prova como um treino longo mais forte. A verdade é que fui surpreendido pelo próprio corpo. Durante o aquecimento sentia-me um pouco moído, sentia o gémeo direito bastante preso e nem sequer estava com muita vontade de enfrentar mais uma hora de competição. A realidade é que o meu corpo me surpreendeu.
Mal a prova começou percebi que me sentia bem e com velocidade no corpo. Foi sem dificuldade que me juntei ao grupo de atletas da frente e consegui ir ao ritmo deles. O ritmo não era extremamente rápido pois ali toda a gente sabia que a prova era longa e apostar tudo no início podia ser a morte do artista.
Segui durante muitos quilómetros com mais três atletas (um deles não tinha dorsal) sempre num ritmo que estava a conseguir acompanhar. Um atleta do Povoense durante os primeiros quilómetros ainda tentou dar vários puxões no grupo mas eventualmente acabou por ficar para trás mesmo que por volta dos 5 quilómetros eu lhe tenha dito para controlar a respiração. Sou eu que levo sempre com esse aviso e sei que reconhecer quando a respiração de outro atleta está afetar o rendimento dele.
Por esta altura já seguíamos pelo estradão na zona das Lezírias. Tinham-me vendido a notícia que a organização tinha mudado o percurso devido ao estado do piso e esperava que assim fosse. O ano passado o lamaçal deixou-me péssimas memórias e depois do corta-mato do dia anterior o que eu menos desejava era lama. Por outro lado, durante estes quilómetros seguimos contra o vento e por muito que eu me tenha tentado proteger com os atletas do meu grupo (acreditem nunca faço isto, como sabem eu até costumo erradamente ir na frente a levar com o vento...) a fadiga ia-se acumulando.
Odeio fazer tantas provas seguidas mas incrivelmente para a semana lá irei a Vale Figueira para mais um corta-mato da Taça de Loures. Espero que pare de chover pois não me apetece apanhar mais um empeno como o deste sábado... fiquem com uma amostra do meu estado final!
Resultados: Corrida das Lezírias 2018
Falta um grande Rui Henriques que ainda estava a caminho! |
Mal a prova começou percebi que me sentia bem e com velocidade no corpo. Foi sem dificuldade que me juntei ao grupo de atletas da frente e consegui ir ao ritmo deles. O ritmo não era extremamente rápido pois ali toda a gente sabia que a prova era longa e apostar tudo no início podia ser a morte do artista.
Segui durante muitos quilómetros com mais três atletas (um deles não tinha dorsal) sempre num ritmo que estava a conseguir acompanhar. Um atleta do Povoense durante os primeiros quilómetros ainda tentou dar vários puxões no grupo mas eventualmente acabou por ficar para trás mesmo que por volta dos 5 quilómetros eu lhe tenha dito para controlar a respiração. Sou eu que levo sempre com esse aviso e sei que reconhecer quando a respiração de outro atleta está afetar o rendimento dele.
Por esta altura já seguíamos pelo estradão na zona das Lezírias. Tinham-me vendido a notícia que a organização tinha mudado o percurso devido ao estado do piso e esperava que assim fosse. O ano passado o lamaçal deixou-me péssimas memórias e depois do corta-mato do dia anterior o que eu menos desejava era lama. Por outro lado, durante estes quilómetros seguimos contra o vento e por muito que eu me tenha tentado proteger com os atletas do meu grupo (acreditem nunca faço isto, como sabem eu até costumo erradamente ir na frente a levar com o vento...) a fadiga ia-se acumulando.
Aproximadamente aos 7,5 quilómetros fizemos o retorno e um pouco com a ajuda do vento a favor o meu corpo ganhou uma nova vida. Mas foi sol de pouca dura. Aos 10 quilómetros tudo mudou e se os atletas com quem eu seguia começaram a distanciar-se cada vez mais, eu comecei a dar um estoiro valente e a começar a correr contra o tempo para não ficar pelo caminho.
Por esta altura passavam por mim os atletas que seguiam em sentido contrário e nem fazem ideia o quanto lhes tenho a agradecer. Foram uma ajuda enorme! Seguia completamente sozinho mas os vossos incentivos nunca me deixaram ir abaixo. Obrigado!
Não há muito mais história. Cheguei à ponte e na subida ainda tentei dar aquilo que podia para ver se me conseguia aproximar dos atletas da frente que seguiam lá longe no meu horizonte e foi ai que baixei um pouco os braços e decidi que estava na altura de olhar para trás (sim até agora ainda não o tinha feito) e perceber o que tinha de fazer naqueles dois últimos quilómetros. Seguia tão isolado que por mais que tentasse, não via ninguém atrás de mim. Viria a verificar nas classificações que fiquei quase a dois minutos do atleta classificado a seguir a mim.
Puxei o que o corpo e a mente me deixaram e mesmo puxando dos galões a nível psicológico tentando-me motivar a acabar a prova abaixo dos 53 minutos, só no final verifiquei que o meu último quilómetro foi praticamente o pior da prova.
Fonte: Xistarca |
De um simples treino forte e vontade de ajudar a equipa, passei para um 3º lugar na geral e 2º lugar no escalão. O desempenho (52m53s) foi muito longe daquilo que podia conseguir mas nem pensem que me sinto de alguma forma chateado. Fiquei bastante satisfeito com o meu resultado e mesmo se não tivesse ido ao pódio, continuaria a sentir-me igual. O mesmo não posso dizer da prova no dia anterior mas sobre isso falaremos mais tarde...
Para terminar em beleza, tive mais um daqueles saborosos momentos com a minha equipa em que até ao último momento não sabíamos se iríamos conseguir o lugar mais alto do pódio. Foi quando anunciaram o segundo classificado como sendo o Povoense que esboçamos do nosso melhor sorriso e expressamos o nosso contentamento! Afinal não é todos os dias que se consegue pelo 2º ano consecutivo ficar em 1º lugar por equipas nas Lezírias!
Odeio fazer tantas provas seguidas mas incrivelmente para a semana lá irei a Vale Figueira para mais um corta-mato da Taça de Loures. Espero que pare de chover pois não me apetece apanhar mais um empeno como o deste sábado... fiquem com uma amostra do meu estado final!
Fonte: RUN 4 FFWPU |
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Associação Vale Grande
março 6, 2018
3
Muito bom! Parabéns!
ResponderEliminarCansado ou não, quebrado ou não, aguentas-te sempre e em lugares de pódio. Fantástico!
Um abraço e... esquece o parar de chover até sábado...
Mais uma grande prova! Parabéns Vitor!
ResponderEliminarJá não é a primeira vez que oiço a história de "ah e tal doía-me tudo antes da prova, mas até que correu bem!". Também quero ter dores dessas, LOL :)
Abraço
Parabéns! Excelente desempenho depois da porrada do dia anterior.
ResponderEliminarAbraço!