Existem vantagens e desvantagens nesta provas da AAL (ou de qualquer outra associação). Se por um lado as coisas podem descambar quando não estás escalado para correr nas primeiras provas da manhã, por outro lado se a coisa correr bem, sabes a que horas vais correr, e podes gerir o teu dia à volta disso. Eu levo isso ao limite. Cheguei ao Parque Urbano de Santa Iria de Azóia em Loures (onde já estive em 2018) uns 45 minutos antes da minha prova. Foi chegar, equipar, fazer o aquecimento, ir à casa de banho, calçar os bicos, fazer uma retas e estava pronto para ir para a partida. Fácil e eficaz.
A partida foi dada a horas, e todos partimos sem grandes loucuras. A reta da partida era larga e comprida, e apenas ai deu para esticar a passada. As seguintes centenas de metros com partes menos largas e boas curvinhas, foram sempre feitas em modo cagufa, não fosse o diabo tecê-las no meio daquele maranhal todo.
Ao 2º quilómetro, e curiosamente o meu mais rápido da prova, foi quando tive que me separar dos grupos em que fui seguindo. Ultrapassando sempre como podia, fui fazendo algumas acelerações para conseguir finalmente progredir na prova de forma mais solta e sem medo de bater em alguém, de pisar em alguém, e porra, sem medo que me pisassem. Deve ser a coisa mais agradável do mundo ser pisado com uns bicos. No final da primeira volta (foram quatro), já seguia atrás de um grupo que eu sabia ter atletas com o mesmo andamento do meu.
Segui atrás desse grupo durante um bom bocado na 2ª volta. O corta-mato exige alguma cabeça, principalmente o longo. Se nos esticamos, facilmente damos o berro nos constantes sobe e desce, e curva contra curva. É preciso força para fazer curvas a 180º e tornar a acelerar como se não houvesse amanhã. Mas claro, chega aquela altura que percebemos que estamos a travar mais do que a correr de forma solta. Então lentamente fui acelerando e facilmente me coloquei à frente do grupo. E percebi que cheguei à minha zona preferida (ironia): a terra de ninguém.
Felizmente, na 3ª volta o Hugo Rodrigues do Povoense, colou-se a mim. Não só se colou a mim, como facilmente foi para a minha frente e me motivou a não relaxar. Sabia que tinha atletas de outras equipas atrás de nós, e se queria sonhar com o pódio na classificação coletiva, teria de dar ao chinelo. Então foi em modo sofrimento que encarei a última volta da prova, sempre no limite, e sempre a pensar que iria dar o berro. Nas últimas curvas, a cabeça já me doía só pela velocidade dos pensamentos que me estavam a passar pela mente: "é esta a última curva e depois reta até à meta... não agora é que é a última curva! porra onde está a última curva?!?!". E com estes pensamentos, cheguei efetivamente à última reta e dei tudo o que podia. É sempre interessante ver a pulsação a subir (tal como ritmo) na parte final da prova (subida até aos 200bpm e pace abaixo dos 2:50/km).
Para a semana, volto às Lezírias! Até lá!
Resultados: Campeonato Regional de Corta Mato Longo Lisboa 2022
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Porra que andamento!! Cheira-me que vem aí um brilharete nas Lezirias ;) um abraço
ResponderEliminarVamos ver, se as pernas recuperarem até lá! Um abraço!
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