Meia Maratona dos Descobrimentos 2025 - 10KM



Antes de alguém pôr a carroça à frente dos bois: não, não estou recuperado. Sim estou a treinar, mas de forma muito intermitente face ao passado. Quero brevemente fazer um vídeo para o meu canal (será o vídeo 99!) que vai ser longo para conseguir explicar tudo o que tem acontecido e em que ponto está a minha recuperação.

Se não estou recuperado, o que fui fazer aos Descobrimentos? Primeiro, o objetivo era divertir-me com o meu filho na Kid's Race. Isso não aconteceu porque a minha filha mais nova estava com febre, e assim a Johanna não podia vir e por consequência... pronto vim sozinho. Quando inscrevi o meu filho já levava uns dois meses de volta à corrida e pensei que seria boa ideia dar um estimulo diferente e perceber como é que a lesão reagiria a esse estimulo. 

Como devem estar a imaginar, eu já nem sabia o que era ir a uma prova. Felizmente não me esqueci de grande coisa, apenas dos alfinetes. Obviamente nem levei a preparação da prova muito a sério: não tive cuidado na alimentação (vá não me enchi de verduras não fosse dar merda outra vez), não levei carbono (usei os Adidas Evo SL), nem pouco mais ou menos estou com um peso aceitável para competir, e nem houve cá tappering (aliás fiz 1h de treino no dia anterior). Mas era isso mesmo que queria, apresentar-me na linha de partida, ver novamente caras que tinha saudades de ver, mas não ter qualquer tipo de pressão porque tinha feito uma preparação XPTO da batata. Não me vão ouvir dizer que fui lá fazer um treino, mas o que lá fui fazer também não foi competir com certeza. Chamem-lhe um teste.



Não me coloquei bem no bloco de partida, mas também tinha essa intenção. Se não ia competir, que é que ia para a frente a fazer? Se não sabia o ritmo que poderia fazer, ia pôr em perigo os atletas mais rápidos? Portanto parti bem mais atrás e rapidamente percebi que ia ter que sair dali para conseguir correr livremente. Fiz então um início de prova de trás para frente, apanhando vários grupos que se iam formando e seguindo para o seguinte. Não pensem que ia aos ritmos loucos de outros tempos, mas mesmo assim face ao que tenho treinado, fiz os dois primeiros quilómetros a 3:20/km e a 3:26/km.

Após esta fase inicial segui com outros dois atletas, um deles estrangeiro, em que fomos até trocando palavras de incentivo. Rapidamente ficamos só eu e esse atleta estrangeiro (Maxime ou Arthur olhando para a classificação final). Fomos puxando um pelo outro, ganhando motivação com atletas que estavam no nosso horizonte de visão e que podíamos apanhar. Após a viragem aos 6,7kms, sabem o que aconteceu? Que surpresa, fiquei sozinho.



Continuei com a mesma estratégia, sentido que podia continuar a olhar para atletas à minha frente e que seriam possíveis de alcançar. Não senti que estava fora da minha zona. Corria com algum desconforto, como aliás é raro não acontecer nos treinos, mas nenhuma dor que me fizesse soar algum tipo de alarme. Nessa altura seguia a uma ritmo de cruzeiro, a uma média de 3:30/km. A única coisa que me fez alterar esse ritmo foi um senhor que estava a dizer a classificação a quem passava ali pelo quilómetro 8, e me disse que estava em 11º.

Olhei para a frente e percebi que poderia tentar apanhar o atleta que seguia, pronto, à minha frente. Segui no mesmo ritmo até à entrada do último quilómetro, e ai sim decidi perceber se as minhas as pernas ainda sabiam mudar de ritmo. Apanhei o André (nome do atleta) passei-o, e ele tornou-me a apanhar na reta da partida e ainda me chegou a ganhar uns metros, tanto que mentalmente me rendi e percebi que não havia nada que pudesse fazer. Não tinha mais velocidades para pôr (não faço treinos de intensidade desde Janeiro...) e continuei naquela passada rápida suportável. Não sei bem o que aconteceu, mas tornei a apanhar o André e na última curva já me encontrava isolado. 



Um à parte antes de seguirmos para a meta: o que caralh* estava a acontecer nesta zona? Sei que a meia maratona estava prestes a começar, mas eu em pleno sprint tive que estar a desviar-me de pessoas (atletas ainda por cima) que estavam tranquilamente a passar por ali. É que houve ali um breve momento que eu nem conseguia ver as delimitações do percurso tal era a quantidade de pessoas a passar à minha frente. Malta, por favor, ganhem juízo. Sabem o que vos poderia acontecer se eu fosse contra alguém? Sou "leve como uma pena", mas garanto-vos que a 3:10/km iam parar ao meio do chão de forma bastante grave (provavelmente também para mim). Vamos lá pôr a mão na consciência e perceber que não estamos sozinhos neste mundo.

Passei a meta em 11º lugar da geral com um tempo de 34m43s. Que é que isto significa? Absolutamente nada. O que me interessava, e ainda estou em processo de o perceber, era como a zona da minha osteíte púbica e adutores iria reagir. Não ficou horrível, mas não posso dizer que tenha ficado bem tratada. Os próximos dias o dirão. 



Por fim, agradecer a toda a gente que gritou pelo meu nome, pelo nome deste meu cantinho da internet, e claro está, as muitas vezes que ouvi também "Força Pace Setters". Acreditem que todo este apoio encheu-me o coração e dá-me força para continuar a acreditar que um dia vou voltar a correr sem limitações. Até à próxima malta!

Resultados: Meia Maratona dos Descobrimentos 2025 - 10KM

Gostaram do artigo? Apoiem o blog comprando aqui o vosso material desportivo.

Meia dos Descobrimentos
dezembro 3, 2025
0

Comentários

Search

Popular Posts

Análise Adidas Supernova Rise

Se há marca que me deixa de sentimentos completamente trocados é a Adidas. É da…

Análise Kiprun KS900 Light

Existem modelos que nos caem no goto. Durante anos a fio, para treinar fui um a…

Análise Kiprun KS900 2

Não é segredo nenhum que os Kiprun KS900 foram uns dos meus ténis preferidos d…

Análise Kiprun KS900

Esta época faz 10 anos que comecei a levar esta coisa da corrida um pouco mais …

Análise Kiprun KD900 2

A Decathlon começou a sua renovação de imagem no mundo da corrida (na minha opi…

Contact Me