Análise Saucony Endorphin Pro 3


Já tinham saudades de uma análise outlet? Até eu já nem sei há quanto tempo não fazia uma. Desde que a inflação atacou a nossa economia, que (quase) já nem se vê diferenças entre comprar modelos antigos e novos. E se é verdade que quando há umas semanas comprei estes Endorphin Pro 3 até nem os comprei a um mau preço, a verdade é que o modelo novo ainda não tinha sido anunciado. Mas neste momento, para além dos Pro 4 já estarem à venda, também já se podem ver muitas análises sobre as diferenças para estes Pro 3. E até vão ser interessantes de abordar neste artigo.

Desde que esta febre do carbono começou, sempre tive curiosidade em experimentar a gama Endorphin. Se os Endorphin Shift nunca me causaram grande curiosidade, já os Speed é daqueles modelos que ando há muito tempo a namorar. Mas numa daquelas oportunidades que se encontra online a preços irresistíveis, o que acabei a comprar foi mesmo logo o modelo Pro, ou seja, os “topo de gama” já com placa de carbono. E meto entre aspas, porque parece que as marcas têm de continuar a puxar sempre qualquer coisa na sua gama de oferta, e a Saucony apareceu com os Endorphin Elite, elevando a fasquia para os 300€! Nem vou comentar a loucura deste número. 




Com os Endorphin Pro 3 estava à procura de um modelo diferente dos Nike Vaporfly 2 que possuo. Esperava algo com mais qualidade de construção, e com a experiência que tenho da Saucony ao longo dos anos, isso não desiludiu. Os Pro 3 são bem construídos, tendo uma aparência que até parece transparecer serem mais pesados do que realmente eles são. Mas diga-se de passagem que não são propriamente os mais leves quando comparados com modelos rivais. A nível de design, gosto de várias versões que a Saucony tem, mas já o modelo que comprei… bem uma pessoa às vezes tem de sujeitar às promoções!

Seguindo para o conforto, podemos dividir em duas categorias. O conforto quando os calçamos é bastante agradável, e mesmo após umas passadas em caminhada essa sensação não desaparece (os ténis de carbono normalmente até são desconfortáveis a caminhar). A correr posso dizer que também são bastante confortáveis. E é aqui que para mim começam a perder. São demasiado confortáveis. Vocês perguntam: mas isso é um problema Vítor? Claro que não é. Porém é notória a falta de agressividade que eles transmitem face a um modelo como os Vaporfly (e até a modelos sem carbono como os Kiprun KD900). Sem dúvida que foram feitos para um mercado diferente, não transmitindo (na minha opinião) a sensação que estamos perante um modelo em que o habitat natural são ritmos estupidamente elevados. Fiz treinos intervalados com eles e nunca senti que estava a usar algo apropriado/confortável para os ritmos que estava a fazer (3:00/km por exemplo). Já em prova em ritmos algo mais baixos, sinto que apenas me falharam quando tentei correr mais rápido. Por outro lado, os efeitos do carbono estão lá, pois até depois de uma prova dura como a Meia Maratona de Cascais, os meus gémeos não estavam tão massacrados como deveriam.




A nível de respirabilidade não há absolutamente nada a dizer, como é costume em modelos desta categoria, o tecido é uma espécie de rede super fino e respirável. Tudo aquilo que queremos num modelo de competição. Quanto à aderência, logo na primeira vez que corri com eles foi em piso húmido e não me desiludiram neste aspeto, mas também deu para perceber que não eram nenhuns fora de série. Cumprem neste aspeto e isso é o mais importante. 




Concluindo, acho que facilmente perceberam que estes Saucony Endorphin Pro 3 não me fascinaram. Podem não falhar propriamente em nenhum ponto da avaliação… mas esse é mesmo o problema, acabam por ser apenas “medíocres” no campeonato do carbono. Falaram-me tão bem deles que se calhar acabei por não fazer o trabalho de casa, e agora analisando mais em profundidade, percebo que todas as análises têm razão quando os metem vários furos abaixo dos modelos mais agressivos e com melhor desempenho da categoria. Basicamente, parece-me que a Saucony aposta no conforto em vez de dar primazia à velocidade. E claro que não tenho dúvida que ganha pontos com muitos atletas neste aspeto.

Eu sei que estou a ferir susceptibilidades quando digo que este modelo é “demasiado confortável”, mas algo que me assusta de certa forma, é que todas as análises que eu tenho visto, os Endorphin Pro 4 ainda estão piores, tornando-se um modelo que está a tentar agradar toda a gente, ou seja, qualquer tipo de passada. Sendo assim, o que é que a Saucony pretende? Os Elite vão ser o único modelo para real desempenho em provas rápidas? Ou mesmo esses são só direcionados para a maratona? Veremos o que a Saucony nos reserva nesta guerra do carbono.

Pontos Positivos
+ Respirável
+ Amortecimento
+ Conforto
+ Aderência

Pontos "assim-assim"
- Peso (mais pesados que a concorrência)
- Durabilidade (ainda é muito cedo para aferir este ponto)
- Responsividade

Pontos Negativos
- Versatibilidade

Gostaram da análise? Apoiem o blog comprando aqui o vosso material desportivo.






análise
fevereiro 27, 2024
0

Comentários

Search

Popular Posts

Análise Nike Pegasus 39

Eu tenho uma opinião muito própria sobre o calçado da Nike. Essa opinião foi fo…

Olá Garmin Connect!

Num dos meus últimos artigos, referi que estava a ponderar deixar de usar o Str…

Análise Kiprun KS900 Light

Existem modelos que nos caem no goto. Durante anos a fio, para treinar fui um a…

Análise Joma R.3000

Não há dúvida que a palavra carbono veio revolucionar o mercado dos ténis . Des…

Análise Kiprun KS900

Esta época faz 10 anos que comecei a levar esta coisa da corrida um pouco mais …

Contact Me