Campeonato Regional de 5km


Em Março depois da rotura que tive no Campeonato Regional de Corta-mato Curto, se me dissessem que a 3 de Junho iria voltar a ser campeão regional dos 5km, eu acho que me ia rir. Provavelmente ia-me rir muito mesmo. Mas a verdade é que mesmo ainda estando longe de me sentir em boa forma, os resultados de algumas mudanças que tenho feito em todas as vertentes do treino começam a aparecer.

Depois da prova de 3000m para o Apuramento do Campeonato Nacional de Clubes, defini com o meu treinador que tal como tínhamos feito para os 3000m, a abordagem para este regional de 5km ia ser feito sem retirar praticamente carga nenhuma. Estas provas por serem de carácter mais curto, acabaram por encaixar quase perfeitamente no plano de treinos como substituto de um dia de treinos intervalados. Assim, sem deixar de estar presente para ajudar o meu clube (e continuar a dar o meu melhor), pude continuar o caminho de construir uma base para acabar esta parte da época a sentir-me bem e com bons resultados. E tal como expectável, no sábado não me sentia fresco mas sentia-me com força. Se fosse uma meia-maratona claro que a abordagem teria de ser diferente, mas para uma prova de 5km chegava perfeitamente. E para além disso, nem nos meus melhores sonhos pensei que fosse fazer o que fiz. As minhas expectativas eram de fazer algo na casa 16m30s. Por vezes, devíamos acreditar mais em nós.



Depois de um bom aquecimento, fui para o bloco de partida. Percebi que havia alguns atletas rápidos presentes e outros até demasiado rápidos mas que a especialidade acaba por ser provas de velocidade. Depois de um típico atraso incompreensível numa prova oficial (há coisas piores como vamos ver mais à frente), a partir foi dada.

Diversos atletas foram para a frente da prova, parecendo por momentos uma prova de sprint. Eu parti rápido estimulado por aquela velocidade toda, mas foi daqueles momentos em que percebi que ainda não tenho velocidade neste momento para acompanhar essas loucuras. Sem surpresa nenhuma, mesmo sem estas acelerações incompreensíveis de alguns atletas, passado algumas centenas de metros, apenas alguns atletas estavam na frente da prova, nos quais eu me inseria. 

Após os 3:05/km do primeiro quilómetro, o ritmo estabilizou. Seguíamos um bom grupo de atletas, o que como todos sabemos, ajuda a controlar a fadiga. O segundo quilómetro foi passado com 3:10/km e rapidamente nos estávamos a aproximar da viragem da prova. E seria também a viragem da forma como a prova se estava a desenrolar até ali.

Numa altura que já só seguia com o José Gaspar e o Tomás Morais, o Gaspar basicamente fez aquilo que nós chamamos “meter uma abaixo” e do nada ficou isolado sem que qualquer um de nós conseguisse responder. Levantei os braços quase em tom de brincadeira, porque foi isso que pareceu para o Gaspar. Seguíamos por esta altura no 3ºkm, e foi quando o Tomás seguiu também para a minha frente mas este sem se distanciar.



Por momentos pensei que a prova iria ficar definida assim. Mesmo sendo apenas uma prova de 5km, tudo nos passa pela cabeça. E acreditem, aos ritmos que seguia, passou-me muitas vezes pela cabeça aquilo que aconteceu em Março. Entrando no último quilómetro, percebi que ainda tinha alguma energia e decidi aumentar o ritmo. Acabei por passar o Tomás e estava à espera que ele me respondesse. Lentamente fui-me afastando dele (ou tinha essa perceção pois não olhei para trás), e só na curva contra curva final é que olhei para me certificar que não era surpreendido.

Acabei então por passar a meta em 2º da geral, classificando-me em 1º do escalão sénior, revalidando assim o “título” de campeão regional de 5km da AAL. Acreditem, para mim é qualquer coisa de estranho ser bi-campeão numa prova em que a distância nem se adapta às minhas competências técnicas por ser bastante rápida. Fazendo uma análise, a verdade é que fiz um ritmo médio 3:11/km (tempo final de 15m27s) o que se a prova tivesse realmente 5km (tinha 4,86km, mais uma coisa incompreensível numa prova federada), iria dar um tempo praticamente igual ao que fiz no ano passado em que sabia estar em boa forma. Fomos ainda campeões coletivos regionais, o que foi a cereja no topo do bolo!



A verdade é que ainda não me sentido rápido, mas com o treino a entrar, a capacidade de sofrimento já me está a permitir manter um ritmo alto estável. Por isso agora é continuar a trabalhar para tentar fazer algo próximo do que fiz o ano passado nas Fogueiras e depois na final do Campeonato Nacional de Clubes!

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Resultados: Campeonato Regional de 5km

Campeonato Regional de 5km
junho 5, 2023
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