Cheguei mais que a tempo ao ponto de encontro com a equipa do GFD Running que se encontrava em força para enfrentar as duas provas daquele dia: os 10km e a Meia Maratona. Olhando para trás, percebo que devia ter optado por fazer os 10km, mas o bichinho de fazer os 21km foi maior na altura da decisão. Mas naquele momento nada disso interessava. Era altura de equipar para ir aquecer com tempo.
Aquecimento feito, mudança para o equipamento de competição (primeira prova com os Saucony Endorphin Pro 3!), e fazer um quilómetro de corrida mais viva para ir para o bloco de aquecimento. Muscularmente não me sentia péssimo, mas obviamente sentia os gémeos algo massados e tensos. Desculpas à parte, sinal de partida dado, portanto siga marinha!
Fiz uma partida controlada, não tentando acompanhar o grupo da frente que partiu num excelente ritmo. E aqui entra a grande surpresa da prova que não estava de todo à espera: não acompanhei ninguém… e ninguém me acompanhou a mim. E isto literalmente foi assim do início ao fim (com a exceção de 1km perto do final). Depois dos 1-2 quilómetros iniciais, entrei rapidamente numa terra de ninguém, em que via um grupo de atletas ao longe junto ao carro cronómetro, e com o passar dos quilómetros, fui começando a ver 1, 2 atletas a ficar trás. E foi a esses atletas que fui buscar motivação para continuar com o chip de competição no modo máximo.
Os primeiros 9 quilómetros foram feitos num excelente ritmo para aquilo que eu estava à espera e para quem seguia sozinho. Tirando os quilómetros iniciais, a média terá sido de 3:17/km. Mas o Guincho é implacável, e o 10 quilómetro o ritmo desceu para 3:24/km. Aqui, usei a vertente psicológica para me manter motivado quando as pernas começaram a dar sinais que não estavam em condições de aguentar aquele sobe e desce do Guincho. Quilómetro após quilómetro, estava-me a aproximar de um atleta (honestamente não sei o nome dele) que seguia no meu campo de visão quase desde o início da prova. Quando finalmente o apanhei, percebi que ele ia em quebra e ainda o tentei motivar a vir comigo, dizendo-lhe para irmos apanhar o próximo atleta que estava uns 200 metros mais à frente, o Diogo Ramalheira.
Já sozinho, fiz a viragem por volta dos 12km, e começando já a acusar o cansaço, optei por manter o ritmo nos mínimos olímpicos, pois percebi que esse seria suficiente para mais tarde ou mais cedo apanhar o Diogo. Dito e feito, penso que por volta dos 14km já estava de novo sozinho e desta vez sem ninguém no campo de visão com que me motivar. Aqui surgiu o factor de motivação mais importante que existe: o apoio de todos os atletas que seguiam ainda na direção do Guincho. Nem dá para mentir nesta questão: foram raras as vezes que tive mais de 100 metros sem ouvir um “Força Vítor!” ou um “Vai Aquele que Gosta de Correr!” e até um inédito “Força Pace Setters!”. Foram mesmo quilómetros incríveis de se fazer com o vosso apoio! A minha cara nem reagia, tal era a concentração que tinha de fazer para manter o ritmo já com o declive positivo, mas a minha cabeça estava a mil, com um um misto de emoção e motivação por tudo aquilo que estava a ouvir. Obrigado a todos!
Por volta dos 17km finalmente conseguia ver mais um atleta no meu campo de visão, desta vez o José Veiga. Por volta dos 19km consegui finalmente colar-me a ele. Por esta altura apesar de parecer que ia num esforço de outro mundo, os ritmos esses já estava pela ordem dos 3:30/km, em nada comparáveis com o ritmo inicial. Claro que o declive positivo em nada ajudava, e eu mentalmente gritava para chegar à fase a descer que nos levaria à meta. Disse ao José para seguir comigo, ele disse que já não dava, mas felizmente conseguiu-me acompanhar até à entrada para o último quilómetro. Que importante foi esta companhia, e até uma motivação extra para depois conseguir descolar e conseguir terminar o último quilómetro já num ritmo vivo, acabando com uma média abaixo dos 3:15/km, e os últimos 200 metros até a 3:00/km.
Cruzei a meta a puxar pelo público e agradecer o apoio que estavam a dar. O tempo foi de 01h11m27s, longe do que consegui fazer em Dezembro, e a classificação nem foi carne nem foi peixe. Fiquei em 4º lugar da geral (3º sénior). Para a prova que é, tenho noção que é uma excelente classificação, embora tenha sido obtida com um tempo apenas razoável. Mas sei que se não tivesse sido a prova do dia anterior, podia ter tido a ambição de ter entrado no pódio, e ter ajudado a pintar as três primeiras posições com as cores do GFD Running.
Mas isto já são águas passadas. Vocês já sabem como eu sou e sabem que eu neste momento já só me interessa o próximo objetivo. E que dor vai ser treinar para ele! Campeonato Regional de 5.000m, aqui vou eu!
Mas isto já são águas passadas. Vocês já sabem como eu sou e sabem que eu neste momento já só me interessa o próximo objetivo. E que dor vai ser treinar para ele! Campeonato Regional de 5.000m, aqui vou eu!
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Resultados: Meia Maratona de Cascais
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meia maratona
fevereiro 8, 2024
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Fui um dos corredores que na estrada do Guincho gritou por ti e confirmo que estavas 100% concentrado. Ainda que as nossas performances e o ritmo competitivo nada tenham em comum não deixa de ser curioso que a minha primeira quebra foi tb por volta do km10/12 e a partir do km 17 o meu gémeo esquerdo ameaçava romper por isso não fiz o final de prova que tinha planeado. Boas corridas, és uma boa motivação.
ResponderEliminarClaro que tem muita a ver com a própria tipologia do percurso da prova, por isso as sensações semelhantes! Espero que estejas a recuperar bem do gémeo! Obrigado! Um abraço e bons treinos
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